top of page
ESSeTe modelo de banner

Sobre o Evento

          O Encontro sobre Enxofre, Selênio e Telúrio - ESSeTe - é um evento bienal que acontece no Brasil desde 2006 e congrega as áreas de química orgânica, inorgânica, físico química, analítica e bioquímica de compostos de selênio, enxofre e telúrio, caracterizando-se por ser uma oportunidade para refletir, criticamente, as estratégias para o avanço da área bem como traçar metas para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores. Esse evento é um encontro que reúne cientistas seniores e juniores, e estudantes de pós-graduação e graduação, que tem em comum os elementos Enxofre, Selênio e Telúrio como temas de suas pesquisas. Neste encontro são discutidos ampla e profundamente temas de pesquisa na área, bem como novas fronteiras do conhecimento, contando com a presença de novos talentos e pesquisadores consolidados internacionalmente, tanto brasileiros como estrangeiros. A escolha dos(as) palestrantes pauta-se pela excelência dos(as) convidados(as) e de suas áreas de atuação, trazendo ao contato direto dos(as) participantes do evento temas na fronteira do conhecimento e desafios atuais da ciência da área.


          Considerável expansão tem ocorrido na área de organocalcogênios no país nas últimas duas décadas, mas é preciso continuar contribuindo para a nossa área de pesquisa com ideias inovadoras e desafiadoras, formando e treinando adequadamente nossos(as) estudantes e preparando as novas gerações para que venham a contribuir para o avanço do conhecimento científico e a cooperação entre grupos de pesquisa brasileiros e estrangeiros.


Histórico do Evento


Os estudos da química dos elementos Selênio e Telúrio iniciaram no Brasil no ano de 1933, quando o professor alemão Heinrich Rheinboldt iniciou suas atividades na recém-formada Universidade de São Paulo-USP. A partir do trabalho pioneiro de Rheinboldt, diversos grupos foram criados, no país, tendo como foco o estudo da química desses dois elementos. Este fato influenciou muitos pesquisadores brasileiros, de tal modo que a química de Selênio e Telúrio passou a ser amplamente difundida nos mais importantes núcleos de pesquisa do Brasil, fazendo do nosso país um referencial desta área em nível internacional. Uma busca rápida no sitio Web of Science utilizando-se a palavra selenium e Brasil revela 1700 artigos nos últimos 10 anos, o que ilustra a contribuição das pesquisas feitas no Brasil, nas diferentes áreas neste tema.


          Apesar de sua atual importância, a química desses dois elementos foi, por muito tempo, pouco explorada devido a alegada toxicidade e sensibilidade exibidas por alguns de seus derivados. Além disso, os trabalhos pioneiros de Wöhler e outros, no século XIX, forneciam rendimentos duvidosos e os produtos eram obtidos com baixo grau de pureza. Na década de 50, o professor Nicola Petragnani realizou seu doutorado sob a supervisão do professor Rheinboldt. O professor Marcelo de Moura Campos foi orientado pelo Professor Hauptman, que foi assistente do professor Rheinboldt. O professor Hauptman introduziu a química do Enxofre no Brasil. Após seu concurso para a cátedra de Química Orgânica o Professor Marcelo contratou o Professor Petragnani como seu assistente e os dois desenvolveram as primeiras reações orgânicas com reagentes de Selênio e de Telúrio. Os compostos orgânicos de Selênio e de Telúrio eram considerados naquela época uma curiosidade química, pois nenhuma aplicação prática era conhecida para os mesmos. Isso pela simples razão de que nada se sabia sobre eles! Atualmente, a química desses dois elementos se mantem na fronteira do desenvolvimento da química orgânica, inorgânica e de materiais e várias reações descobertas naquela época, no Instituto de Química da Universidade de São Paulo, são clássicas em química preparativa, constando em qualquer compêndio de química básica destes elementos.


          No ano 2000, o Brasil sediou a 8ª Conferência Internacional de Química de Selênio e Telúrio, em Águas de São Pedro, São Paulo. Naquela ocasião, países tais como a Suécia, Inglaterra, França, Japão, Alemanha e EUA já haviam sediado a conferência. A escolha do nosso país se baseou na contribuição dada pela comunidade científica local a esse ramo da química. “Podemos dizer que as pesquisas envolvendo selênio e telúrio estão entre as poucas contribuições inéditas que o Brasil deu à comunidade científica internacional na área de química”, afirmou o Prof. João Valdir Comasseto, organizador da conferência e membro da Comissão Organizadora Internacional da Internacional Conference on the Chemistry of Selenium and Tellurium (ICCST) desde 1991 e que, conta também com a participação do Prof. Antonio L. Braga (UFSC, Brasil). O destaque brasileiro nesta área propiciou para que, em 2022, o Brasil sediasse pela segunda vez a 15th Internacional Conference on the Chemistry of Selenium and Tellurium, que ocorreu em Florianópolis, sob a organização do Prof. Antonio L. Braga.

          Considerável progresso foi alcançado nesta área ao longo das últimas duas décadas, em que vimos aflorar no país uma comunidade de pesquisadores(as) com diferentes formações nesta área, a saber, químicos, físicos e bioquímicos. Vale destacar aqui a importância da área de química orgânica, na pessoa do Prof. Comasseto, para o surgimento de uma geração de bioquímicos que estudam a farmacologia e toxicologia de compostos que contém selênio e telúrio. Neste sentido, o primeiro trabalho brasileiro desenvolvido nesta área foi publicado no ano de 1998, sob a supervisão do Prof. João B.T. da Rocha na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A partir deste trabalho, a UFSM tornou-se um referencial na área de farmacologia e toxicologia de compostos que contem Selênio e Telúrio, sendo referencial desta área em nível internacional.

          Atualmente, vários grupos de pesquisa nesta área estão consolidados no país, publicam regularmente em revistas nacionais e internacionais, e são reconhecidos pelos seus pares, tanto no Brasil quanto no exterior. Esses fatos levam a reconfortante sensação de que a geração que deu início a esse Evento fez um bom trabalho e que aquelas que a sucedem continuarão consolidando a comunidade científica de nosso país com o mesmo ou maior entusiasmo de outrora. 
O primeiro encontro congregando as áreas cientificas que trabalham com Selênio e Telúrio concretizou-se em 2006 com a realização do I Encontro sobre Selênio e Telúrio - I ESSeTe - Brasil, que contou com a iniciativa de vários pesquisadores e tendo o Prof. Dr. Ernesto S. Lang, do Departamento de Química da Universidade de Santa Maria, Santa Maria/RS, como secretário-geral. A tabela 1, abaixo, traz os detalhes dos eventos ocorridos até a presente data.

Histórico dos ESSeTe's ocorridos até a presente data
Editions
Year
Location
Participants
General Secretary
Headquarters
I ESeTe
2006
Bento Gonçalves/RS
120
Ernesto S. Lang
UFSM
II ESeTe
2008
Campos do Jordão/SP
150
Hélio Stefani
USP
III ESeTe*
2010
Florianópolis/SC
180
Antônio L. Braga
UFSC
IV-ESeTe*
2012
Torres/RS
200
Éder J. Lenardão
UFPel
V-ESeTe
2014
Santa Maria/RS
150
Sailer Santos
UFSM
VI-ESeTe
2016
Bento Gonçalves/RS
139
Paulo Schneider
UFRGS
VII-ESSeTe & 7th WSeS*
2018
Santa Maria/RS
210
Ernesto S. Lang
UFSM

​* Journal of Brazilian Chemical Society, Tetrahedron, 7th Workshop SeS Redox and Catalysis  

          Ao analisar a tabela pode-se observar que quase a totalidade dos Eventos foi realizada na região sul do país, a explicação para este fato é que uma parcela numerosa de grupos de pesquisa na área de Enxofre, Selênio e Telúrio encontra-se no Rio Grande do Sul, e como o Evento tem como um dos objetivos proporcionar a presença de estudantes de graduação/pós-graduação opta-se por realizar o evento nesta região por uma questão financeira, facilitando o deslocamento dos(as) estudantes que, normalmente, acontece por meio de ônibus fornecido pelas instituições de ensino.

          Este Evento tem proporcionado também a publicação de periódicos, destaca-se o III ESeTe no qual foi publicado uma edição especial do Journal of the Brazilian Chemical Society, contendo 19 artigos de grupos Brasileiros. Assim como o IV-ESSeTe que gerou uma edição especial do Tetrahedron, com contribuições de grupos de pesquisa do Brasil e do exterior, tendo os professores Éder Lenardão e Gilson Zeni como editores.


          Durante este período as notícias sobre a realização do ESeTe se espalharam para a comunidade que atua nesta área, e devido o interesse dos pesquisadores, ocorreram várias mudanças fundamentais nas características deste Evento. Dentre estas podemos citar a internacionalização do Evento bem como a inclusão de temas relacionados ao elemento Enxofre, pertencente à mesma família química do Selênio e do Telúrio. Tendo em vista esta última colocação, no VI-ESSeTe decidiu-se pela oficialização da inclusão deste elemento no nome do evento, que passou a ser denominado “Encontro sobre Enxofre, Selênio e Telúrio - ESSeTe.


          Ainda, a última edição deste Evento, VII-ESSeTe, ocorreu concomitante ao 7th Workshop SeS Redox and Catalysis que é uma rede internacional para o desenvolvimento de projetos de pesquisa multidisciplinares relacionados aos temas enxofre, selênio e outros catalisadores redox. Nesta edição do ESSeTe institui-se pela primeira vez o Prêmio João Valdir Comasseto que tem como objetivo destacar os melhores poster e flash presentation do Evento, com forma de incentivo aos jovens pesquisadores nesta área.
A partir desta edição, VIII-ESSeTe, será concedido também o Prêmio Nicola Petragnani. Desta forma o melhor poster do Evento receberá o Prêmio João Valdir Comasseto e a melhor flash presentation será agraciada com o Prêmio Nicola Petragnani.

ESSeTe Marca Extenso
ESSeTe Extenso logo_edited.png
ENDEREÇO DO EVENTO

Estrada Recanto Maestro, Restinga Sêca/RS - Brasil

ESSeTe Extenso logo_edited.png
ESSeTe Extenso logo_edited.png

©2024 por VIII Encontro sobre Enxofre, Selênio e Telúrio. Todos os direitos reservados

Desenvolvido por: Thiago Anjos e Elba Lixinski

bottom of page